" (...)
- Minha prima morreu.
- Coitada.
E os dois, passeando devagar, iam falando de Luisa...
(...) Porque enfim fossem francos: que tinha ela? Não queria dizer mal 'da pobre senhora que estava naquele horror dos Prazeres' ( hauahuahuahuah), mas a verdade é que não era uma amante chic; andava em tipóias de praça; usava meias de tear; casara com um reles indivíduo de secretaria; vivia numa ccasinhola, não possuía relações decentes; jogava naturalmente o quino e andava por casa de sapatos de ourelo; não tinha espírito; não tinha toilette... que diabo! Era um trombolho!" (ahuahuahuahua)
Eça de Queirós - O Primo Basílio, 10ª edição, pág 291
Este é um dos livros que eu mais gostei de ler obrigada quando estava no ginásio hehehehe. Eis que surge um assunto corriqueiro e me vem a vontade de ler novamente e relembrar os tempos de tortura intelectual hauhauhaua.
Esse comentário póstumo feito a sua prima Luisa é a típica característica da sociedade de tantos véus.
As falas entre os personagens, mostram seus comportamentos tanto pessoais como sociais, enfim, há de se imaginar o julgamento de valores da época. Porém, nao deixa de ser cômico esse último comentário. Eu gosto de romance assim, burguês, são engraçados e premonitórios hauhau pois é o que ainda acontece hoje em dia. Até a função profissional do corno influencia na classificação da sua tão amada amante kkk.
O mais hilário ( é também o que acontece hoje) que quanto mais "bon vivant", em todos os aspectos diga - se de passagem, mais o indivíduo mostra sua postura pedante e decadente. Seja de uma vida as vezes triste por cegueira ou seja ela por tentar com todas as forças manter o padrão social de se viver... afinal, mesmo não sabendo que é viver feliz ou bem, é melhor não ficar para trás no parâmetro não é mesmo?
Auto - afirmação copiosa. Interessante hehehe