sexta-feira, 20 de março de 2009

Filma não tio

Na falta de algo bom para comentar... vamos aos ruins hauhauhauhau

Não sei se é porque faz tempo que não assisto televisão, mas duas notícias da exploração do mundo cão da TV Record me chamaram a atenção.

A primeira é de um senhor que passou mal num hotel da Av. Cásper Líbero, na estação luz... enquanto a equipe de reportagem fazia as filmagens onde os bombeiros realizavam o resgate desse senhor idoso (é redundante?), um casal de namoradinhos saíam do outro quarto, pararam para ver o que acontecia e um bombeiro pediu para que eles nao ficassem ali, quando eles viram para o outro lado, a equipe de reportagem que estava no corredor de saída filma bem a cara deles hauhauhahauhau. Muito engraçada a reação hauhauha, eu nao sei o que é pior, a situação do senhor ou São Paulo inteira saber que o cidadão levou a namoradinha pra um hotel barato nas quebradas de São Paulo.


A segunda notícia é meio nojentinha, mas vá lá...
O Segurança do Metrô do Rio de Janeiro provavelmente um frustrado na infância, resolve colocar uma câmera escondida numa bolsa e deixar no vestiário feminino. A funcionária, que a propósito estava grávida, percebeu que havia uma câmera na bolsa e saiu. Ao examinarem a câmera, descobriram logo de cara (literalmente de cara) quem era o pervertido. Sim, porque o energúmeno filmou o próprio rosto ao instalar a câmera hauhauhuahuah, eu passei mal de tanto rir. Não faz nem a segurança dele.... os testes para segurança do metrô devem ser dificílimos, imagina o que devem exigir de raciocínio lógico?

Bicho burro! Acho que a penalidade para burrice deveria ser adicionada ao concurso de crimes como agravante hauhauhauha.

Nesses casos é interessante colocar o link, mas não sei como funciona no site da tv record. Enfim, para quem quiser pesquisar, a data é a mesma citada, as bizarrices foram mostradas na parte da noite. Não sei se me arrependi de não ter ido à faculdade. No mais, a vontade de beber ficou até mais forte depois do que assisti hauhauahuah.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Show do Iron 2009 - inebriante


não conheço o dono do vídeo, mas pelo menos estava lá hauhauhau, e é assim mesmo, zuado, rock'n rolllllllll. Treme só no começo.

Relembrando meus tempos de podreira.

Casas de rock são sempre as melhores. O que falar então de um show de rock?

Até que a galera anda bem comportada.

Tudo foi ótimo, os perrengues, o sacrifício, a distância até a pista (da entrada até o autódromo é uma caminhada), os amigos, barro, trânsito, filas, as risadas, assistir pica- pau nas cataratas no trânsito, a capa de chuva amarela da Marcella hauhauhauhauha, a dona Marisa dando susto no seu Clodô hauhauhauah, a Má aliviando a tendinite no meu ombro , encontrar com uma outra amiga por um acaso naquela multidão (ainda confundir o grito dela : MEG, com MAIDEN e não olhar por isso - distraída não! Eu sou mesmo muito chique - sorte a minha que meus amigos viram e assim pude dar um abraço nela) ... A MÚSICA. Ahhh, a música

Tudo faz parte, tudo é (não há outra expressão) Fodaaaaaaaaaaa! Literalmente
O show do Iron Maiden começou arregaçando com Aces Hight, levantou as mais de 60 mil pessoas que estavam ali a contemplar a Donzela de Ferro.

Embora minha amiga Geisa diga que a minha música é "the number of the beast" (ela é sem graça assim mesmo hehehehe), eu entrei em alfa quando powerslave começou a tocar. Nem liguei que a marcella rachava o bico e falava que eu tava concentrada com cara de feliz hauhauha... povo incoveniente, não sabe que o comentário tirou minha concentração? Fela.

O pós show? huahauhauha trânsito novamente, mas dessa vez sem carro hahaha, o bus demorou muito no trânsito e quando faltava uns 4 quarteirões para chegar no metrô, ele simplesmente quebrou ahuahuah. Saímos 00h15 caminhando até o metro e nossa cabeça a mil por hora pensando nas hipóteses que poderíamos encontrar para passar uma noite no mínimo, menos angustiada pois agora, aos meus 28 anos, não tenho mais coragem de virar a noite na rua como antes eu fazia questão, acompanhada apenas de alguns amigos, baralho e garrafas de vinho, era só isso mesmo ok? ... voltando, pensamos até em dormir num hotel (ui) hauhauhau.

Um outro ônibus parou. Ou o motorista ficou com medo daquele bando de morcegos andando em filas ou realmente é muito benevolente, contudo não conseguimos chegar até o metrô a tempo. Por 10 minutos, não conseguimos. huahauhauhaua, mas foi tudo o máximo... tinha que ser assim. Nossas vidas foram feitas para ter histórias para contar.

Se fosse tudo perfeito, não teria graça, não seria "rock'n roll"... o que eu direi para meus filhos e netos se minha vida não tivesse profundos momentos de emoções e angústias que se transformam em belas e longas gargalhadas por todo o restante da vida?

Nunca mais esqueço da cara da Geisa hauhauhau, aliás, eu nunca esqueço dos melhores momentos. Os mais trash ficam gravados e muito bem lembrados não é mesmo? Os mais surreais, ridículos e engraçados superam os mais românticos e perfeitos momentos da vida.

Enfim... lembrei o quanto eu já aproveitei minha vida, o quando é bom relembrar as vezes e também como é bom saber que seguimos em frente, com outras perspectivas, outras realidades, mais mocinhas hahaahahah (nem sempre) e com um bagagem de histórias particulares que me mostra que tenho muito a fazer sim, sem arrependimentos, sem precisar pensar no passado mais de duas vezes... a não ser para rir.

Termino com parte da letra do Iron que vai de encontro com o que eu digo:

So understand
Don't waste your time always searching for those wasted years
Face up...make your stand
And realize you're living in the golden years


Vai uma parte do Show (Two minutes to midnight)
http://www.youtube.com/watch?v=S_vU2mMAlk4&feature=channel


Que noite! Que vida!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Eu sei, mas não devia

Vi esse texto numa prova que fiz, achei muito interessante

Eu sei, mas não devia

Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.