segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

É estranho imaginar como o amor e a dor dormem no mesmo quarto e como facilmente um acorda o outro. Sinto vontade de dizer tantas coisas e, quando estamos tristes, as palavras ficam mais intensas, muitas vezes, mais bonitas... mergulhamos no fundo do nosso eu quando estamos chateados com algo. Quando não, queremos viver, viver, viver e felizmente não há tempo para pensar na vida. Vou me conter, não porque eu não tenha o que escrever, mas por haver coisas que não devem ser escritas mesmo...


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência, não pensar...
Solidão não tem depois... mas a vida, ah, a vida... só é possível reinventada.