Sinto - me um quindim (ou quindão como diz a geisa e a maris) com salmonela.
Por mais que eu saiba que tanto sensações ruins quanto boas são passageiras, pois assim é a vida, eu só queria deixar de sentir o que sinto agora.
Não quero ser mais uma que mesmo estando fora de um hospital, carrega doenças para minha vida. O mundo já está muito cheio de pessoas assim...Que necessitam de doenças para o seu ser (eu sou triste, o mundo é assim, ou até mesmo: eu sou assim, ou assado ou que raios sejam), justificando - se dessa forma para se sentirem vivas (sobrevivendo), aceitam - se nessa condição e têm orgulho disso, encontram conforto nisso... Que horror dos prazeres!
Somos mesmo sem donos, nossa vida não tem compasso. Ao passo que isso seja doce e puro é ao mesmo tempo torturoso e amargo. Diz - se que é a graça da vida. Não vejo graça nenhuma nisso. Não são histórias assim que eu quero para a minha vida. Não quero criar monstros ou deuses maiores do que são, eu só quero senti - los tais como são, sem drama.
Mas quando não quero dar cabo a uma história, encontro - me sozinha, diante do mundo, das pessoas, com mãos ao vento, sensação de não ter no que se segurar, o que fazer para resgatar o que nos faz sentido naquele momento. Quando penso que é hora de dar um ponto final para uma história, a vida vem e dá continuação. Simples assim. Que diacho!
É como um afogamento, se não mantermos a calma para voltar a nadar, nos afogamos, e essa é a nossa única alternativa senão, o cansaço e o desespero não nos levam como numa correnteza.
Ou como a falta de sincronia de um filme e sua legenda, as vezes a legenda aparece muito antes da cena, e perde - se o sentido. As vezes as emoções das cenas, não são acompanhadas pelo atraso da legenda. Longas metragens que se tornam curtas, curtas que se tornam longas....e pra compreender....
Óbvio, tempo... tempo, tempo mano velho.
Sinto - me ligeiramente fraca, ligeiramente confusa mas mesmo assim, conforme os dias passam eu vou aprendendo nos tropeços. Nem sempre falta de coragem é medo, muitas vezes é pior que medo, é cansaço. Consigo achar relevância em tudo o que sinto. Mas isso dói porque a redenção toma muito e muito mesmo, o espaço da coragem. Eu quero achar justiça para minha vida, entender o que nao consigo ver de justiça para minhas causas. Pode - se conotar a indignidade de várias formas, pois de um lado ela tem a força e a coragem, do outro, a loucura, covardia.
Aí entro no paradoxo, sou indigna de merecimento ou estou indignada com a situação? O pior é saber que existem complementos mútuos. Contudo, nisso eu me abstenho dos exageros.
Eu não gostaria de repousar... mas há situações em que eu não vejo mais motivos para lutar.
Não gostaria que meu Mestre lesse isso. Então... Zás que darás não é mesmo?
achei um texto e acho que cabe nesse meu passageiro momento, mesmo que retrógrado.
O homem é feito para a luta,não para o repouso.
Por isso devemos voar
mesmo que o céu esteja cheio de abutres
porque o segredo da felicidade
está na liberdade
e o segredo da liberdade
está na coragem.
(desconheço o autor).
2 comentários:
fantástico!! Parece uma mistura e Rubem Braga com Clarice Lispector.
Sei que comparação é foda, mas é bem profundo e complexo como a vida.
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